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  • Foto do escritorNegras Evangélicas

Mulheres Negras e os Direitos Humanos


No mês onde é celebrado o Dia Internacional da Mulher, as mulheres foram novamente às ruas para defender seus direitos, celebrar suas conquistas e lutar por suas reivindicações. O Março de Lutas traz à tona a luta da mulher contra o feminicídio, contra a violência doméstica e familiar e as reformas que destroem os direitos da população.


Em 2018, a cada duas horas, uma mulher foi assassinada, segundo dados do Atlas da Violência. A cada dois minutos, houve um espancamento, e todos os dias, uma média de 180 estupros. No ano de 2022, de acordo com os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 62% das mulheres vítimas de feminicídios são negras e, analisando outras tipificações de assassinatos violentos, este índice sobe para 70%.


Esses indicadores colocam o país entre os campeões globais de agressão contra mulheres. Os números são subnotificados, uma vez que, de acordo com o Anuário, apenas 40% das vítimas registram a ocorrência e, como a mulher negra sempre foi invisibilizada, diminuída e silenciada nos espaços, isso potencializa a ausência de denúncia das violências sofridas.


As mulheres evangélicas também sofrem com relacionamentos abusivos. Devido a influência e os ensinamentos dos filósofos gregos do ano 5 a.C, algemaram as mulheres e as mantiveram em cativeiro numa sociedade patriarcal. Os filósofos acreditavam que as mulheres eram inferiores aos homens em todos os aspectos. Afirmavam que ser nascido de mulher era um castigo divino.


Entretanto, falar sobre direitos humanos é mais uma oportunidade para rememorarmos a história de uma mulher nomeada no texto bíblico apenas como concubina. O relato da história dessa mulher se encontra no livro de Juízes.


“Vejam, aqui está minha filha virgem e a concubina do meu hóspede. Eu as trarei para vocês, e vocês poderão usá-las e fazer com elas o que quiserem. Mas, nada façam com esse homem, não cometam tal loucura!”. Jz. 19.24 “Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo”. Jz. 21.25.


Ainda hoje, após milhares de anos de toda a civilização distorcendo o papel da mulher e muitas vezes, usando a Palavra de Deus para isso, mais do que nunca precisamos saber como Jesus tratou as mulheres em seu tempo na terra como um homem. Jesus empoderou as mulheres (Lucas 8.1-3); Jesus celebrou as mulheres (Mateus 26.6-13); Jesus protegeu as mulheres (João 8.1-11); Jesus honrou as mulheres (Lucas 10.38-42); Jesus valorizou as mulheres (Lucas 13.10-17); Jesus ensinou as mulheres (João 4.6-29); Jesus confiou nas mulheres (João 20.11-18) Jesus, o perfeito modelo de homem, respeita as mulheres e as trata com equidade.


Da mesma forma, Jesus derrubou a exploração e os maus tratos infligidos às mulheres, revogou-as de uma sociedade que mantinha as mulheres escondidas no plano de fundo, além de aceitá-las como eram. Jesus falou, misturou-se com elas, ministrou e as ensinou, exatamente como fez com seus seguidores do sexo masculino.


As atitudes e as ações de Jesus em relação às mulheres contrastam visivelmente com as dos líderes religiosos da sua época. Enquanto os fariseus as evitavam, Jesus associou-se a elas livremente e conversou em público.


Jesus veio para libertar e dar dignidade às mulheres. Este é um exemplo extraordinário de que nosso passado não determina nosso futuro (SHARON, 2016, P. 86).


Sigo esperançosa em trazer à memória o que pode me trazer esperança.




Ivanete Xavier é Mestranda em Educação pela Universidades Europeia do Atlântico (UNIATLANTICO); Especialista em Educação a Distância pela UFPR e em Teologia-Missiologia pela Faculdade Unyleya. Membra da Comissão da Banca de Validação de Autodeclaração da UFPR e da Fundação Estatal de Atenção à Saúde (FEAS). Coordenadora Administrativa Adjunta da Rede Mulheres Negras do Paraná (RMN-PR) e Conselheira Titular no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM/PR). Integrante a Rede Mulheres Negras Evangélicas no Brasil (RMNEB); Movimento Negro Evangélico do Paraná (MNE-PR) e Coral Negro de Curitiba. Técnica Administrativa na UFPR.





Equipe

Escrita de projeto: Débora Oliveira e Vanessa Barboza | Gestão de projeto: Débora Oliveira | Revisão de textos: Carla Ribeiro | Identidade visual e designer: Carolina Barreto | Copywriter: Rafaelle Silva | Site: Anicely Santos e Débora Oliveira | Apoio: CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço | Realização: Rede de Mulheres Negras Evangélicas


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